Quando o Futuro e o Passado se Encontram

Recentemente eu fiz um curso sobre futurismo, e por incrível que pareça, não foram os dados coletados por Ray Kurzweil, nem os insights da nanotecnologia, robótica ou inteligência artificial que mais me impressionaram. No futurismo, fala-se sobre os modelos exponenciais de crescimento, onde ter um “MTP” é fator determinante. MTP significa “Massive, Transformative Purpose”, em português, Propósito Massivo e Transformador.

Achei interessantíssimo assistir uma aula sobre propósito, como se o tema fosse novo e extremamente impactante, quando, na verdade, esse assunto é antigo, e já vem sendo abordado por várias linhas de estudo, como a pnl, o coaching, o pensamento sistêmico, entre outras.

Robert Dilts, um dos grandes pesquisadores na PNL, criou os níveis neurológicos nos anos 80, inspirado em um dos trabalhos do antropólogo Gregory Bateson da década de 50. Segundo Dilts, o nível neurológico mais importante é o nível do propósito maior, onde as pessoas devem se questionar, o “para que” das suas escolhas e direcionamentos na vida pessoal ou profissional.

Em suma, passado e futuro estão de acordo sobre a importância de ter um propósito profissional. Recentemente estive em um workshop ministrado por uma colega, e ela questionou qual o propósito profissional das pessoas que estavam na sala. A primeira resposta foi firme: Eu quero dobrar o meu faturamento nos próximos dois anos.

Quando se fala abertamente sobre o tema propósito, a verdade é que muitos nem sabem o que isso significa, e nunca pararam para pensar o “para que” de suas empresas. A cobrança maior é por crescimento, faturamento, margem de lucro, gestão eficiente, etc.. Vale a pena ler sobre o “Círculo de Ouro”, do Simon Sinek, uma abordagem que nos ajuda a entender, de forma simples e pragmática, por que nós fazemos o que fazemos: De forma resumida, os líderes inspiradores são aqueles que se destacam pela autenticidade de conseguir fugir dos padrões e seguir a risca um propósito em que acreditem, a exemplo do Steve Jobs, que foi o primeiro a investir em tecnologia e design.

E o que nós, que estamos vivendo o presente, podemos aprender com tudo isso? Como pensar em propósito com todas as cobranças e a crise batendo na porta? Como repensar a nossa empresa, o nosso modo de funcionamento, e conseguir nos preparar para o futuro do trabalho?

O meu colega Guillermo Echegaray escreveu recentemente um livro chamado Empresas com Alma, empresas com Futuro, que é a junção perfeita dos conceitos de futurismo e dos estudos do Gregory Bateson. Guillermo lembra que todas as empresas tem um “Princípio Orientador”, que segundo ele, é a força que impulsiona uma organização a ser o que é e a fazer o que faz. Na minha percepção, trata-se de da sua essência.

Nos dias atuais, talvez a grande sacada seja olhar para essa essência, e a força do início, dos primeiros impulsos. Talvez, mais importante do que se identificar com teoria A ou B, resgatar a sua essência pode ser um bom começo de se reconectar e descobrir que talvez os melhores caminhos são aqueles que você mesmo já percorreu com entusiasmo.

Estou muito feliz de poder receber aqui em João Pessoa o autor do livro que me inspirou na concepção deste post. O Guillermo é um grande amigo e pesquisador. Se você se identificou com as minhas palavras, veja com calma a proposta do curso É Olhando Que Se Vê – Pensamento Sistêmico Organizacional, clicando no banner abaixo ou nos contactando. Seja bem vindo!

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